quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Teste seu poder de Inclusão!


TESTE SEU PODER DE INCLUSÃO
Maria Teresa Égler Mantoan

Para esse breve exame, as regras são:
1. Colocar-se na condição dos professores (as) que aqui apresentaremos.
2. Escolher a alternativa que você adotaria em cada caso, mas sem pensar muito, respondendo com o que vem mais rápido à cabeça.
3. Descobrir e aprender mais sobre si mesma (o).

Responda às questões e confira.

1. A professora Sueli procura incluir um aluno com deficiência amental em sua turma de 1ª série. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas diante dos demais colegas o atraso intelectual do aluno é bastante significativo.
Nesse caso, como você resolveria a situação?
(A) Encaminharia o aluno para o atendimento educacional especializado oferecido pela escola?
(B) Solicitaria a presença de um professor auxiliar ou itinerante para acompanhar o aluno em sala de aula?
(C) Esperaria um tempo para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao ritmo da classe ou precisaria de uma escola ou classe especial?

2. Júlia é uma professora de escola pública que há quatro anos leciona na 2ª série. Há um fato que a preocupa muito atualmente: o que fazer com alguns de seus alunos, que estão cursando pela terceira vez aquela série?
Para acabar com suas preocupações, qual seria a melhor opção?
(A) Encaminhá-los a uma sala de alunos repetentes, para ser mais bem atendidos e menos discriminados?
(B) Propor à direção da escola que esses alunos sejam distribuídos entre as outras turmas de 2ª série, formada por alunos mais atrasados?
(C) Reunir-s com os professores e a diretora da escola e sugerir que esses alunos se transfiram para turmas da mesma faixa etária e até mesmo para as classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA), caso algum já esteja fora da idade própria do ensino fundamental?

3. Cecilia é uma adolescente com deficiência mental associada a comprometimentos físicos: ela está frequentando uma turma de 3ª série do ensino fundamental, na qual a maioria dos alunos é bem mais nova do que ela. A professora percebeu que Cecília está desinteressada pela escola e muito apática.
Qual a melhor saída, na sua opinião, para resolver esse caso?
(A) Chamar os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
(B) Avaliar a proposta de trabalho dessa série, em busca de novas alternativas pedagógicas?
(C) Concluir que essa aluna precisa de outra turma, pois a sua condição física e problemas psicológicos prejudicam o andamento escolar dos demais colegas?

4. Numa 2ª série de ensino fundamental, em que há alunos com deficiência mental e outros com dificuldades de aprendizagem, mas por outros motivos o professor Paulo está ensinando operações aritméticas. Esses alunos não conseguem acompanhar o restante da turma na aprendizagem do conteúdo proposto.
O que você faria, se estivesse no lugar do professor Paulo?
(A) Reuniria esse grupo de alunos e lhes proporia as atividades facilitadas do currículo adaptado de matemática?
(B) Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas e trabalharia com todos, de acordo com suas possibilidades de aprendizagem?
(C) Aproveitaria o momento das atividades referentes a esse conteúdo para que esses alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas voluntários?

5. Fábio é um aluno com autismo que frequenta uma turma de 3ª série. É o seu primeiro ano em uma escola comum e ele incomoda seus colegas, perambulando pela sala e interferindo no trabalho dos grupos.
Que decisões você tomaria para resolver a situação, caso fosse o (a) professor (a) desse grupo?
(A) Solicitaria à direção da escola que retirasse Fábio da sala, pois o seu comportamento está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do programa?
(B) Marcaria uma reunião com o coordenador da escola e solicitaria uma avaliação e o encaminhamento desse aluno para uma classe ou uma escola especial?
(C) Reuniria os alunos e proporia um trabalho conjunto com a turma em que todos se comprometeriam a manter um clima de relacionamento cooperativo de aprendizagem na sala de aula?

6. Guilherme é uma criança que a escola chama de “hiperativa”. Ele gosta muito de folhear livros de histórias. Ocorre que frequentemente rasga e/ou suja as páginas dos livros ao manuseá-los sem o devido cuidado.
O que você lhe diria, caso fosse seu (sua) professor(a)?
(A) “Hoje você não irá ao recreio, porque rasgou e sujou mais um livro”.
(B) “Vou ajuda-lo a consertar o livro, para que você e seus colegas possam ler esta linda história”.
(C) “Agora você vai ficar sentado nesta mesinha, pensando no que acabou de fazer”.

7. Norma é professora de uma 4ª série de ensino fundamental e acabou de receber um aluno cego em sua turma. Ela não o conhece bem, ainda. No recreio, propõe à turma um jogo de queimada. É nesse momento que surge o problema: o que fazer com Paulo, o menino cego?
Arrisque uma “solução inclusiva” para este caso.
(A) Oferecer-lhe outra atividade, enquanto os demais jogam queimada, fazendo-o entender o risco a que esta atividade o expõe e a responsabilidade da professora pela segurança e integridade de todos os seus alunos.
(B) Perguntar ao Paulo de quais jogos e esportes ele tem participado e se ele conhece as regras da queimada.
(C) Reunir  turma para resolver a situação, ainda que na escola não exista uma bola de meia com guizos.

8. Maria José é professora de escola pública e está às voltas com um aluno de uma turma de 5ª série. Ele tem 12 anos, é muito agressivo e mal educado, desbocado e desobediente e não se submete à autoridade dos professores nem à das demais pessoas da escola; sempre arruma uma briga com os colegas dentro da sala de aula, ameaçando-os com um estilete.
O que você faria no lugar dessa professora aterrorizada?
(A) Estabeleceria novas regras de convivência entre todos e, em seguida, analisaria com a turma os motivos que pode nos levar a agir com violência?
(B) Enfrentaria as brigas, retirando o aluno da sala de aula e entregando-o à direção da escola?
(C) Tentaria controlar essas situações, exigindo que o menino entregasse o estilete, para que os demais alunos se acalmassem?

9. Sérgio é um aluno surdo. Ele tem 13 anos de idade e frequentou, até o momento, uma escola de surdos. Esse aluno está no primeiro dia de aula em uma escola comum. A professora, percebendo que Sérgio não fazia leitura labial, procurou a diretora da escola para questionar a admissão desse aluno em sua turma, uma vez que ele não sabe se comunicar em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Se você fosse a professora de Sérgio, antes de tomar essa atitude:
(A) Chamaria os pais desse aluno e os convenceria de que a escola de surdos era mais apropriada para as necessidades dele?
(B) Procuraria saber quais as obrigações e direitos desse aluno e buscaria o recurso adequado à continuidade de seus estudos na escola comum?
(C) Providenciaria a presença de um intérprete de Libras, solicitando um convênio com uma entidade local especializada em pessoas com surdez?
Conte os pontos e confira o seu poder de inclusão, ou melhor, a sua imunidade ao vírus da exclusão:
1          a) 3     b) 2     c) 1
2          a) 1     b) 2     c) 3
3          a) 2     b) 3     c) 1
4          a) 1     b) 3     c) 2
5          a) 1     b) 2     c) 3
6          a) 1     b) 3     c) 2
7          a) 1     b) 2     c) 3
8          a) 3     b) 1     c) 2
9          a) 1     b) 3     c) 2

RESULTADO:

De 27 à 23 pontos – Imune à exclusão!
Você está apto a enfrentar e vender o vírus da exclusão, pois já entendeu o que significa uma escola que acolhe as diferenças, sem discriminações de qualquer tipo. Compreender também que a inclusão exige que os professores atualizem suas práticas pedagógicas para que possam oferecer um ensino de melhor qualidade para todos os alunos. Parabéns! Não se esqueça, porém, de que o atendimento educacional especializado deve ser assegurado a todos os alunos com deficiência, como uma garantia da inclusão.

De 22 pontos a 16 pontos – No limite. Você precisa se cuidar!
Atenção, pois você está vivendo uma situação de fragilidade em sua saúde educacional. Cuidado! É preciso que você tome uma decisão e invista na sua capacidade de se defender do vírus da exclusão. Quem fica indeciso entre enfrentar o novo, no caso, a inclusão de todas as crianças nas escolas comuns, ou incluir apenas alguns, ou seja, os alunos que conseguem acompanhar a maioria, está vivendo um momento difícil e perigoso. Você está comprometendo a sua capacidade de ensinar e a possibilidade dos alunos de aprenderem com alegria!

De 15 a 9 pontos – Altamente contaminado.
Tome todas as providências para se curar dos males que o vírus da exclusão lhe causou. Há muitas maneiras de se cuidar, mas a que recomendamos é um tratamento de choque, porque o estrago é grande! Você precisa, urgentemente, se tratar, mudando de ares educacionais, tomando injeções de ânimo para adotar novas maneiras de atuar como professor. Outra medicação recomendada é uma alimentação sadia, muito estudo, troca de ideias, experimentações, ousadia para mudar o seu cardápio pedagógico. Tente colocar em prática o que tem dado certo com outros que se livraram desse vírus tão voraz e readquira o seu poder de profissional competente. Boa recuperação!


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