TESTE
SEU PODER DE INCLUSÃO
Maria
Teresa Égler Mantoan
Para
esse breve exame, as regras são:
1. Colocar-se
na condição dos professores (as) que aqui apresentaremos.
2.
Escolher a alternativa que você adotaria em cada caso, mas sem pensar muito,
respondendo com o que vem mais rápido à cabeça.
3.
Descobrir e aprender mais sobre si mesma (o).
Responda
às questões e confira.
1. A
professora Sueli procura incluir um aluno com deficiência amental em sua turma
de 1ª série. Tudo caminha bem em relação à socialização desse educando, mas
diante dos demais colegas o atraso intelectual do aluno é bastante
significativo.
Nesse caso, como você resolveria a situação?
(A) Encaminharia
o aluno para o atendimento educacional especializado oferecido pela escola?
(B) Solicitaria
a presença de um professor auxiliar ou itinerante para acompanhar o aluno em
sala de aula?
(C)
Esperaria um tempo para verificar se o aluno tem condições de se adaptar ao
ritmo da classe ou precisaria de uma escola ou classe especial?
2.
Júlia é uma professora de escola pública que há quatro anos leciona na 2ª
série. Há um fato que a preocupa muito atualmente: o que fazer com alguns de
seus alunos, que estão cursando pela terceira vez aquela série?
Para acabar com suas preocupações, qual seria
a melhor opção?
(A) Encaminhá-los
a uma sala de alunos repetentes, para ser mais bem atendidos e menos
discriminados?
(B)
Propor à direção da escola que esses alunos sejam distribuídos entre as outras
turmas de 2ª série, formada por alunos mais atrasados?
(C) Reunir-s
com os professores e a diretora da escola e sugerir que esses alunos se
transfiram para turmas da mesma faixa etária e até mesmo para as classes de
Educação de Jovens e Adultos (EJA), caso algum já esteja fora da idade própria
do ensino fundamental?
3.
Cecilia é uma adolescente com deficiência mental associada a comprometimentos
físicos: ela está frequentando uma turma de 3ª série do ensino fundamental, na
qual a maioria dos alunos é bem mais nova do que ela. A professora percebeu que
Cecília está desinteressada pela escola e muito apática.
Qual a melhor saída, na sua opinião, para
resolver esse caso?
(A) Chamar
os pais de Cecília e relatar o que está acontecendo, sugerindo-lhes que
procurem um psicólogo para resolver o seu problema?
(B)
Avaliar a proposta de trabalho dessa série, em busca de novas alternativas
pedagógicas?
(C)
Concluir que essa aluna precisa de outra turma, pois a sua condição física e
problemas psicológicos prejudicam o andamento escolar dos demais colegas?
4. Numa
2ª série de ensino fundamental, em que há alunos com deficiência mental e
outros com dificuldades de aprendizagem, mas por outros motivos o professor
Paulo está ensinando operações aritméticas. Esses alunos não conseguem
acompanhar o restante da turma na aprendizagem do conteúdo proposto.
O que você faria, se estivesse no lugar do
professor Paulo?
(A)
Reuniria esse grupo de alunos e lhes proporia as atividades facilitadas do
currículo adaptado de matemática?
(B)
Distribuiria os alunos entre os grupos formados pelos demais colegas e
trabalharia com todos, de acordo com suas possibilidades de aprendizagem?
(C)
Aproveitaria o momento das atividades referentes a esse conteúdo para que esses
alunos colocassem em dia outras matérias do currículo, com o apoio de colegas
voluntários?
5.
Fábio é um aluno com autismo que frequenta uma turma de 3ª série. É o seu
primeiro ano em uma escola comum e ele incomoda seus colegas, perambulando pela
sala e interferindo no trabalho dos grupos.
Que decisões você tomaria para resolver a
situação, caso fosse o (a) professor (a) desse grupo?
(A)
Solicitaria à direção da escola que retirasse Fábio da sala, pois o seu
comportamento está atrapalhando o desempenho dos demais alunos e o andamento do
programa?
(B)
Marcaria uma reunião com o coordenador da escola e solicitaria uma avaliação e
o encaminhamento desse aluno para uma classe ou uma escola especial?
(C)
Reuniria os alunos e proporia um trabalho conjunto com a turma em que todos se
comprometeriam a manter um clima de relacionamento cooperativo de aprendizagem
na sala de aula?
6. Guilherme
é uma criança que a escola chama de “hiperativa”. Ele gosta muito de folhear
livros de histórias. Ocorre que frequentemente rasga e/ou suja as páginas dos
livros ao manuseá-los sem o devido cuidado.
O que você lhe diria, caso fosse seu (sua)
professor(a)?
(A) “Hoje
você não irá ao recreio, porque rasgou e sujou mais um livro”.
(B) “Vou
ajuda-lo a consertar o livro, para que você e seus colegas possam ler esta
linda história”.
(C) “Agora
você vai ficar sentado nesta mesinha, pensando no que acabou de fazer”.
7.
Norma é professora de uma 4ª série de ensino fundamental e acabou de receber um
aluno cego em sua turma. Ela não o conhece bem, ainda. No recreio, propõe à
turma um jogo de queimada. É nesse momento que surge o problema: o que fazer
com Paulo, o menino cego?
Arrisque uma “solução inclusiva” para este
caso.
(A)
Oferecer-lhe outra atividade, enquanto os demais jogam queimada, fazendo-o
entender o risco a que esta atividade o expõe e a responsabilidade da
professora pela segurança e integridade de todos os seus alunos.
(B)
Perguntar ao Paulo de quais jogos e esportes ele tem participado e se ele
conhece as regras da queimada.
(C)
Reunir turma para resolver a situação,
ainda que na escola não exista uma bola de meia com guizos.
8.
Maria José é professora de escola pública e está às voltas com um aluno de uma
turma de 5ª série. Ele tem 12 anos, é muito agressivo e mal educado, desbocado
e desobediente e não se submete à autoridade dos professores nem à das demais
pessoas da escola; sempre arruma uma briga com os colegas dentro da sala de
aula, ameaçando-os com um estilete.
O que você faria no lugar dessa professora
aterrorizada?
(A)
Estabeleceria novas regras de convivência entre todos e, em seguida, analisaria
com a turma os motivos que pode nos levar a agir com violência?
(B)
Enfrentaria as brigas, retirando o aluno da sala de aula e entregando-o à
direção da escola?
(C)
Tentaria controlar essas situações, exigindo que o menino entregasse o
estilete, para que os demais alunos se acalmassem?
9.
Sérgio é um aluno surdo. Ele tem 13 anos de idade e frequentou, até o momento,
uma escola de surdos. Esse aluno está no primeiro dia de aula em uma escola
comum. A professora, percebendo que Sérgio não fazia leitura labial, procurou a
diretora da escola para questionar a admissão desse aluno em sua turma, uma vez
que ele não sabe se comunicar em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Se você fosse a professora de Sérgio, antes
de tomar essa atitude:
(A)
Chamaria os pais desse aluno e os convenceria de que a escola de surdos era
mais apropriada para as necessidades dele?
(B)
Procuraria saber quais as obrigações e direitos desse aluno e buscaria o
recurso adequado à continuidade de seus estudos na escola comum?
(C)
Providenciaria a presença de um intérprete de Libras, solicitando um convênio
com uma entidade local especializada em pessoas com surdez?
Conte os pontos e confira o seu poder de
inclusão, ou melhor, a sua imunidade ao vírus da exclusão:
1 a) 3 b) 2 c)
1
2 a) 1 b) 2 c)
3
3 a)
2 b) 3 c)
1
4 a)
1 b) 3 c)
2
5 a)
1 b) 2 c)
3
6 a)
1 b) 3 c)
2
7 a)
1 b) 2 c)
3
8 a) 3 b) 1 c)
2
9 a) 1 b) 3 c)
2
RESULTADO:
De 27 à 23 pontos – Imune à exclusão!
Você
está apto a enfrentar e vender o vírus da exclusão, pois já entendeu o que
significa uma escola que acolhe as diferenças, sem discriminações de qualquer
tipo. Compreender também que a inclusão exige que os professores atualizem suas
práticas pedagógicas para que possam oferecer um ensino de melhor qualidade
para todos os alunos. Parabéns! Não se esqueça, porém, de que o atendimento
educacional especializado deve ser assegurado a todos os alunos com
deficiência, como uma garantia da inclusão.
De 22 pontos a 16 pontos – No limite. Você precisa
se cuidar!
Atenção,
pois você está vivendo uma situação de fragilidade em sua saúde educacional.
Cuidado! É preciso que você tome uma decisão e invista na sua capacidade de se
defender do vírus da exclusão. Quem fica indeciso entre enfrentar o novo, no
caso, a inclusão de todas as crianças nas escolas comuns, ou incluir apenas
alguns, ou seja, os alunos que conseguem acompanhar a maioria, está vivendo um
momento difícil e perigoso. Você está comprometendo a sua capacidade de ensinar
e a possibilidade dos alunos de aprenderem com alegria!
De 15 a 9 pontos – Altamente contaminado.
Tome
todas as providências para se curar dos males que o vírus da exclusão lhe
causou. Há muitas maneiras de se cuidar, mas a que recomendamos é um tratamento
de choque, porque o estrago é grande! Você precisa, urgentemente, se tratar,
mudando de ares educacionais, tomando injeções de ânimo para adotar novas
maneiras de atuar como professor. Outra medicação recomendada é uma alimentação
sadia, muito estudo, troca de ideias, experimentações, ousadia para mudar o seu
cardápio pedagógico. Tente colocar em prática o que tem dado certo com outros
que se livraram desse vírus tão voraz e readquira o seu poder de profissional
competente. Boa recuperação!
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